Jacobina: Associações rurais da região assinam convênios para impulsionar o desenvolvimento local
11/08/2018



Presidentes de 24 associações de produtores de 12
Territórios Rurais do Território do Piemonte da Diamantina, região de Jacobina,
assinaram no último dia 6, convênios para a garantia de investimentos no
potencial produtivo das comunidades, com vistas a impulsionar o sistema
produtivo da mandioca e frutas nativas, a exemplo do umbu e licuri, bem como a
criação de aves e caprinos. Os investimentos, que ultrapassam o montante de 10
milhões de reais, serão garantidos por meio do Projeto Pró-Semiárido, executado
pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), órgão da Secretaria de
Desenvolvimento Rural (SDR) do Estado Bahia.
Esses recursos são frutos do acordo de empréstimos entre
o governo da Bahia e Fundo de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e vão viabilizar
melhorias na qualidade de vida de milhares de famílias que vivem da produção
agropecuária nesta região. No ato das assinaturas, que ocorreu no escritório do
Serviço Territorial de Apoio a Agricultura Familiar (Setaf) de Jacobina,
técnicos e técnicas e demais membros do Setaf debateram com os comunitários
algumas questões relacionadas à gestão dos recursos do projeto, que, além do
componente produtivo, investe também no sociocultura, por meio de capacitações
e orientações para as famílias rurais.
Na ocasião, Rejane Magalhães Borges, Chefe do escritório,
reforçou a responsabilidade que as Associações terão para a gestão e controle
dos recursos oriundos do projeto. O presidente da Associação dos Produtores
Rurais de Barriguda do Luiz e Lima, no município de Umburanas, Reginaldo Gama,
se mostrou animado com a possibilidade das famílias de sua região alcançarem
melhorias no cultivo de mandioca e na produção de galinhas e ovos, por exemplo.
Reginaldo disse que esses produtos serão também melhor comercializados em
regiões vizinhas, gerando mais alimento e renda e completa: “Nós vamos também
buscar mercados, porque hoje a gente produz e não tem onde vender; pra que as
pessoas não saiam mais da zona rural para São Paulo e outros cantos atrás de
serviços”.
A Associação Quilombola Brotas das Oliveiras, que
pertence ao Território Rural de Cantagalo, município de Saúde, será contemplada
com a construção de uma agroindústria de beneficiamento de frutas. O presidente
da Associação, o jovem Vinicius Sena dos Santos, lembra que a região tem
tradição no cultivo de banana e abacaxi e que ao longo dos anos as famílias de
produtores locais nunca receberam os devidos investimentos para melhorar esse
produção. “O Projeto Pró-Semiárido vai ajudar a gente a produzir as frutas e
transformar em doces e derivados (…) e nós já estamos se desenvolvendo porque
antes nós éramos esquecidos”, disse Vinicius, que até planeja a realização de
feiras regionais para expor e comercializar os produtos que serão beneficiados
em Brotas das Oliveiras.
Marilene da Silva Pereira, presidente da Associação
Comunitária de Cana Brava, comunidade que também pertence ao Território Rural
de Cantagalo, lembra que as famílias de sua região optaram por investimentos em
Quintais Produtivos com vistas ao cultivo de verduras e hortaliças, além da
criação de aves. Marilene está confiante que os investimentos vão melhorar
muito a vida das famílias que apostaram na criação galinhas. “Isso vai ser um
incentivo para as comunidades e famílias que fazem parte desse projeto, que vão
criar e produzir mais aves, que ainda são pouquinhas (…), será uma boa geração
de alimentos como carne, ovos e também de renda”, espera a agricultora.
A Cooperativa de Trabalho e Assistência a
Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (Cofaspi), de Jacobina, e a
Cooperativa de Consultoria, Pesquisa e Serviço de Apoio ao Desenvolvimento
Rural Sustentável (Coopser) de Feira Santana, foram contratadas pelo
Pró-Semiárido para realizar a assistência técnica nos 12 Territórios Rurais e
suas respectivas comunidades que em breve poderão obter importantes
transformações econômicas e sociais a partir da diversidade da produção agropecuária gerada pela força da agricultura familiar.